Um em cada três euros investidos pela União Europeia (UE) em instalações portuárias, entre 2000 e 2013, destinou-se a projectos que duplicaram a capacidade de oferta existente, concluiu o Tribunal de Contas Europeu (TCE).  

"Nem a UE nem os Estados-membros tinham uma visão estratégica de conjunto sobre que portos necessitavam de financiamento e para quê, enquanto o financiamento de tipos semelhantes de infra-estruturas em portos vizinhos deu lugar a investimentos ineficazes e insustentáveis”, salienta um relatório agora divulgado.

As conclusões resultaram de auditorias a uma amostra de 19 portos marítimos da Alemanha, Espanha, Itália, Polónia e Suécia.

Entre 2000 e 2013, a União Europeia co-financiou projectos de transporte marítimo com 6,78 mil milhões de euros. Espanha recebeu 38,5% daqueles fundos (2,6 mil milhões de euros).

No mesmo período, Portugal recebeu 414,3 milhões de euros.

O Tribunal de Contas Europeu criticou, também, o financiamento da União Europeia às infra-estruturas portuárias de Tanger-Med, que concorrem directamente com terminais europeus, e que beneficiaram de condições muito favoráveis que nem para estes estavam disponíveis.